Líquidas e Sólidas
textos e ensaio fotográfico
Carlos M. Teixeira
pósfácio
Eduardo de Jesus
edição
Romano Guerra Editora
Abilio Guerra, Fernanda Critelli e Silvana Romano Santos
projeto gráfico
Marconi Drummond
prepress
Nelson Kon
Alberto Ricci
revisão de texto
Trema
Noemi Zein Telles
tradução de texto em inglês
Anthony Doyle
digitalização de imagens
Artmosphere
impressão
Ipsis
dados técnicos
128 páginas, 25,6 x 35,1 cm
foto, colorido
ISBN: 978-65-87205-16-8
As fotos de
Líquidas e Sólidas foram tiradas ao longo de 25 anos. As primeiras foram feitas com uma câmera Polaroid Image, que era bastante popular nos anos 1990. São fotos fisicamente moles porque essa Polaroid ejetava fotos “líquidas”, que precisavam de alguns minutos para endurecer. Já as mais recentes foram feitas com uma nova Fuji Instax, que produz fotos mais duras e menos plásticas.
Estes diversos estados da emulsão fotográfica das câmeras instantâneas – líquido ou sólido ou pastoso – estão patentes nos resultados, cada um deles revelando-se mais (ou menos) plástico, resistindo ou não às ações físicas sobre o papel. A condição incerta de liquidez ou solidez foi aplicada aos dois principais temas do ensaio – a arquitetura e a natureza das cidades --, onde a vegetação e os vazios urbanos se mostram mais sólidos e permanentes, enquanto a arquitetura derrete-se em paisagens efêmeras e líquidas.
Líquidas e Sólidas, então, é um ensaio material sobre essa improvável condição da emulsão, e sobre como aplicá-la àqueles temas. Como o curador e professor Eduardo de Jesus disse no posfácio, ele é radicalmente analógico, todas as suas operações acontecendo no âmbito da palpabilidade da matéria fotográfica.
O livro tem quatro capítulos que aludem ao fim iminente do cerrado, à potência das plantas desprezadas, ao fracasso dos ideais modernistas, à celebração da cidade disforme. “Liquefazendo BH” são fotos da arquitetura de Belo Horizonte, seguido por “Árvores Urbanas”, que retrata os fustes de árvores anônimas. O tema da liquefação retorna em “Liquefazendo Brasília”, que combina monumentos modernos e resquícios do cerrado. “Capins” encerra o livro com imagens da ecologia urbana das cidades - a botânica dos lotes vagos, dos canteiros sem desenho, dos jardins espontâneos.
Sobre o autor
Formado em arquitetura pela UFMG, Carlos M Teixeira é mestre em urbanismo pela
Architectural Association e doutorando pela FAUP. Publicou os livros
Em obras: história do vazio em Belo Horizonte (Cosac Naify, 1999),
O condomínio absoluto (C/ Arte, 2009),
Ode ao vazio (Romano Guerra/Nhamerica, 2017) e é um dos organizadores de
Espaços colaterais (Cidades Criativas, 2008). Já expôs seus trabalhos no Palácio das Artes (Belo Horizonte), Viaduto das Artes (Belo Horizonte), Festival International des Jardins (França), UABB Bi-City Biennial de Hong Kong e Shenzhen, Galleria Campo (Roma), Bienal de Arquitetura de Veneza, Victoria & Albert Museum (Londres), Bienal de Arte de São Paulo e Bienal de Arquitetura de São Paulo, entre outros. Em 2002, fundou o escritório de arquitetura Vazio S/A.